Daí eu me virei e
fui embora,
E não mais falei
consigo até hoje,
Isso já faz dez
anos...
Como eu quero que
isso mude de uma hora a outra, assim, sem mais nem menos?
Não dá.
Rancor é um
destilado
De ervas amargas,
Mas é doce.
Não saberia mais
Viver sem esse
travo na língua,
Sem esse
ressentimento,
Sem esse cancro na
vesícula.
Eu amo,
Adoro, até,
Odiar você.
Faz todo o sentido
do mundo as coisas continuarem exatamente como e onde estão.
Eu lhe odeio.
De morte.
Até o tutano de
meus ossos.
Gargalharia se
visse você morrendo.
Ou não, ou lhe
salvaria,
Carregar-lhe-ia nos
meus braços,
A procurar o melhor
dos médicos,
Enquanto não
chegássemos à emergência
Que deveria salvar
a sua vida,
Manter-lhe-ia vivo
Com a força vital
de meus beijos sobre os seus lábios em quase morte.
Mas faria isso
apenas para que viva.
Para amanhã meu
ódio continuar.
Para que não cesse
esse sabor do que eu sinto por você,
Esse jiló, essa gueiroba, esse catolé,
essa chicória, esse almeirão
Que é seu nome nos
meus lábios,
Que é esse ódio tão
forte que eu sinto,
Sem o qual talvez
eu é que não saiba como viver.
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